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Hoje, 29 de outubro de 2015, é um dia histórico. Talvez por ser Dia de São Narciso, diria você, caro cristão. Não, não é por isso. E o único Narciso que conheço é o da canção de Caetano, o do mito vaidoso da Grécia. Nada a ver com o santo. Mas o Google também não ajuda. Dia da Psoríase não é nada inspirador. Muito menos, Dia da Vacina. Melhorou um pouco: hoje é o Dia das Flores. Ah, as flores…Begônias, as minhas preferidas. Mas não é por elas, que, aliás, são melhores vivas, ainda que morram, do que de plástico. O dia 29 será marcado para sempre somente no meu calendário, na minha mente. É especial porque é o primeiro dia em que você está lendo este blog. E embora não seja especial para você, tenho certeza que você teve um dia marcante assim. Aquele dia definido como d.s. (depois do sonho). Hoje é meu d.s. Eu sonhei com este blog; hoje ele é real. E que o Wix e Blogspot não venham desmerecer meu sonho por poderem realizá-lo. Não falo de somente construir uma página na internet. Era mais que o físico. Meu plano era o de dar eco às pessoas que são felizes no trabalho e que, por isso mesmo, alteram positivamente a vida dos outros. Pessoas que mudam o mundo por não verem apenas o seu mundinho. Elas querem contribuir com o que sabem. Querem fazer para além do que estudaram. Não se incomodam com o que os outros vão pensar. Sentem orgulho de vender seu peixe em qualquer lugar, mesmo que o cheiro exale por todos os lados.

Eu ajustei meu radar para encontrar pessoas assim. Decidi isso há alguns anos, depois de ter visto muita gente infeliz no trabalho. Eu queria dar minha contribuição para as pessoas que acham que seu destino é um trabalho massacrante e apenas suportável. Que devemos nos contentar com o salário nosso de cada mês e que se der para fazer reforma na casa e viajar para Disney, já estamos no lucro. Eu queria fazer uma corrente de exemplos positivos para poder inspirar outras pessoas a explorarem o máximo de seu potencial criativo, energia de vida, divina. E queria que elas soubessem o quanto são especiais por bancarem seus sonhos, seus projetos, suas visões. Queria estar com elas na mesma vibração, olhar nos olhos, valorizar cada frase e avanço.Queria escrever sobre elas, entrar no mundo delas. Entender o que elas tem de diferente da turma da reforma.

Por que é tão difícil para muita gente sair de um trabalho que suga até a última gota da alegria, criatividade e inspiração? Por que a permanência na tristeza? Parece com casamento fracassado. Arrasta-se até chegar à indiferença, ao grito, à traição… No trabalho, traição também acontece. Já vi gente com muita raiva do emprego, torcendo para a empresa perder resultados. Torcer para a derrota do companheiro é traição. Para a falência da empresa, também. Não posso acreditar que o funcionário não peça para sair porque não tem outra oportunidade noutro lugar. O que vejo é muita reclamação e pouca ação. Ele não gosta do que faz, mas não envia um currículo para outro lugar, não sonda as pessoas, não assina páginas de emprego. Mantém-se fiel à raiva do trabalho. E a raiva pode ser uma companheirona que dá até uma animada no dia. É. Raiva anima. Serve de pauta nas rodas de café e motiva para mudança de direção. O problema é que quando não tem desdobramento para um passo adiante, a raiva paralisa e vira veneno. Assim, o funcionário reclama do emprego, do chefe, do café ralo e do papel higiênico grosso. O mundo é o culpado pela infelicidade dele nesta segunda-feira horrenda.

Porém, do outro lado da mesma segunda, estão os viventes, ou, como diz Adriana Calcanhoto, os que ardem. São os que sentem o pulso saltar pela realização de seus projetos e ideias. Os que choram quando salvam vidas. Os que riem quando fazem chorar de emoção. Os que adoram a sexta, a quinta, a quarta, a terça e…a segundaaaaaa!!! Aeeeeee! Existe um povo que adora a segunda! E certamente você conhece. Pode estar até dentro da sua casa. Nunca ouviu sua empregada doméstica cantar na segunda? A minha canta. E dança também. Reggae, de preferência. A animação é grande! Veio dela, inclusive, um ensinamento. Certa vez, me disse que pediu demissão de uma casa por não ser respeitada. Pediu demissão sem saber como sustentaria os dois filhos que criava sozinha. Menos de um mês depois, ela estava empregada numa casa de uma pessoa maravilhosa, no caso… EU! Veja só a coragem de quem ganha um salário mínimo e não tem outra oportunidade à vista… Percebe que a tal da oportunidade não pode ser justificativa para a falta de ação?

Muitas respostas são possíveis para justificar a autossabotagem. A corrente mais forte na atualidade, entre os estudiosos da mente, é que a resposta está nas crenças limitantes que desenvolvemos durante a vida e que tiveram origem na infância. Estou feliz porque o blog também vai ouvir os especialistas nessa área. Quero compartilhar o que eles descobriram, para que a gente possa se ajudar e ajudar nossos familiares, amigos, conhecidos e anônimos. Se é limitante termos essas crenças, é libertador saber que podemos rompê-las. Sim, devemos mexer no time que está perdendo. Temos o poder de pedir tempo, revezamento e até para ser expulso do time que joga contra nossos sonhos. Não é piegas. É vida.  E vida é trabalho também. Com a permissão do Gonzaguinha, que disse “Sem o seu trabalho, um homem não tem honra, e sem a sua honra, se morre, se mata”, poderíamos dizer “Sem amor no trabalho, se morre…” Sim, sem um sentido para levantar e cumprir a agenda do dia, não há trabalho que viva. Não dá para ser feliz.